segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Retrato da mentalidade contemporânea (Parte 1 – A música)

Não que meu histórico de vivência tenha passado por mais de meros 20 anos e que tenha experiência para fazer uma análise complexa da cabeça humana, porém hoje aqui apenas relatarei algumas mudanças bastante perceptíveis durante o cotidiano no comportamento das pessoas em nosso país.

Não demonstro aqui nenhum preconceito sobre forma de pensar, agir, vestir, tampouco pelos chamados “grupos sociais” existentes nos dias atuais ou que já haviam de longa data.

Generalizar seria um erro. Todavia, existe um grande número de pessoas que fazem da sua vida o estilo musical que ouvem. Estas pessoas passam a se juntar e iniciam-se em uma vida entre elas. Vestem-se de determinada maneira, falam e agem de determinada maneira, têm apenas conversas limitadas a determinados assuntos, consomem as mesmas coisas. Tudo isso porque ouvem a mesma música. Talvez isso não deva ser recriminado, acho apenas bastante interessante e, fico pensando no assunto após ver tudo isso que relatei.

Pelas praças, ruas da cidade, shopping-centers, lojas ou qualquer outro beco, é fácil notar: num canto estão os vestidos de preto cheios de correntes e peças de metal agregadas ao corpo ou à roupa, e cabelos compridos. Noutro, os maqueados com cabelos pintados e franjas longas sobre os olhos. Entre estes dois, aqueles com bonés, bermudões e roupas de marca. Mais no fundo, os com cabelos altos com topetes. Ainda é possível ver aquelas meninas e meninos, muito bem vestidos, com seus celulares e objetos de valor. São dezenas deles. Todos os iguais em lugares separados dos outros iguais. Aquele com correntes não sai de onde está para conversar com aquele de roupas de marca. O cara da franja não se movimenta para tentar uma aproximação com a mulher vestida de preto. A moça que está ouvindo Iron Maiden nem se quer pensa em trocar algumas palavras com a outra, até de aspecto físico semelhante, que ouve Zeca Pagodinho em seu iPod.

Sempre há alguma coisa que nos faz ser mais próximos e amigos de uma pessoa que de outra e, ultimamente, devido a uma imensa facilidade de acesso à informação e à tecnologia (computadores, Internet, Ipods, celulares, mp3 players), cada vez mais muitos estão se limitando seu convívio social a somente os de mesma “ideologia musical”.

Mas, afinal, qual são os fatores que definem uma música como aceitável ou descartável? O que faz alguém gostar de um determinado estilo? Quais as conseqüências de ouvir este estilo? Porque alguem está ouvindo Pink Floyd com gosto enquanto outra ouve Jeito Moleque com o mesmo gosto? É sobre isso que falarei no meu segundo artigo.

Agradeço a todos os que leram meu primeiro texto no “Retrato em Palavras”.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Falando em retratos...

Como exige o nome “Retrato em Palavras”, transformarei em palavras minha inspiração para descrever o seguinte retrato:



Certamente não é preciso que eu cite o nome da obra. Que atire a primeira pedra quem nunca viu ou ouviu falar desse retrato que, em minha opinião, é a obra de arte mais fantástica e deslumbrante já feita até o presente momento.
Mas quem é essa mulher que chamamos de Mona Lisa?
Se o objetivo de seu criador foi dar origem a um mistério com duração de mais de cinco séculos, foi alcançado com sucesso.
Hoje não estou aqui para escrever sobre Leonardo da Vinci. Se fizesse isso, com certeza criaria um texto com proporções um tanto exageradas para se postar aqui. Reservo este parágrafo apenas para dizer que Leonardo da Vinci foi o responsável pelo nome que meu pai escolheu para mim, e que é um elogio ser chamado pelo nome do maior gênio da história da humanidade.
Retomando o assunto principal, há várias acepções para a identidade de Mona Lisa. Uma das mais aceitas (que inclusive dá também ao quadro o nome de La Gioconda) é a que diz que Leonardo retratou sua vizinha, Lisa Gherardini, esposa do comerciante florentino Francesco del Giocondo. Essa versão diz que o sorriso da musa se deve ao fato de ela ter dado a luz a uma criança recentemente, após ter perdido outra em um parto problemático.
Uma segunda idéia é a de que a mulher seria a Duquesa de Milão, chamada Isabel de Aragão. É fato que Leonardo trabalhou para ela durante 11 anos, e que historiadores compararam a obra com outros retratos da Duquesa, e descobriram semelhanças.
Há diversas outras hipóteses para a identidade da musa, mas vou citar aqui apenas mais uma delas, talvez a mais intrigante. Sugere-se que a Mona Lisa é, na verdade, mais um auto-retrato de Leonardo da Vinci. O artista concedeu à história seu provável auto-retrato, mas este demonstrando sua face como vista em um espelho. Comparando os dois quadros, pesquisadores concluíram que os traços dos rostos são idênticos.
Apesar de não ter lido o sucesso chamado O Código da Vinci, sei que esta última teoria é citada no livro. Talvez por ser a mais polêmica mesmo, pois isso acabaria com todo o suspense que envolve, talvez, a mais misteriosa e magnífica mulher já retratada em um quadro.
Posso certificar, com imensa alegria, que seu sorriso continuará fascinando a humanidade por várias gerações, e que acho improvável que qualquer outra obra cause tamanha atração em qualquer período de nossa história.

Esse foi meu primeiro retrato em palavras. Espero que minhas palavras tenham sido agradáveis, para que futuras outras surjam e encantem.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Texto de inauguração

Antes de mais nada, posto aqui um mero texto de abertura. Eu, Lucas, junto ao meu amigo Leonardo, tivemos a idéia de criar um blog único a fim de colocar aqui nossas idéias e pensamentos, por mais que possam divergir em diversas ocasiões. Espero que a leitura seja de agrado a todos.

De início, comentarei a respeito do nome. Um retrato pode ser definido como alguma pintura, tela, fotografia, ou até mesmo uma representação artística de alguém. Através de "Retrato em palavras", tentaremos expor manifestações que não podem ser representadas por meio de figuras nem de fotos, porém apenas da escrita. Esta é a idéia.